Esse conjunto paisagístico corresponde ao trecho que o Rio Belém percorre na divisa dos bairros Rebouças e Jardim Botânico e depois ao longo do bairro Prado Velho, regiões que correspondem à antiga zona industrial da cidade. Nesse conjunto o Rio Belém vem à tona na altura da Rodoferroviária, com seu leito natural a céu aberto, após percorrer toda região central da cidade submerso.
Rio Belém aflorando
ao lado da Rodoferroviária de Curitiba depois de percorrer todo o Centro da
cidade submerso
Percorre áreas públicas e privadas de diversos usos: ao lado da
Rodoferroviária, sob o viaduto do Colorado, cruza a linha do trem, passa
no meio da Vila das Torres, depois percorre o lote da Pontifícia
Universidade Católica e do Colégio Nossa Senhora Medianeira, até
encontrar com a Linha Verde.
Neste conjunto encontramos três corpos d'água muito significativos na
bacia do Belém: o Rio Ivo, o Rio Juvevê e o Rio Água Verde. O Rio Ivo
deságua no leito do Belém sob o Viaduto do Colorado em sua margem
direita. O Rio Juvevê surge por trás do Estádio do Colorado, na altura
da Praça Plínio Tourinho e do Jardinete Constantino Fanini deságua no
leito do Belém pela margem esquerda. Já o Rio Água Verde tem sua foz na
altura da Vila das Torres, desaguando na margem direita do rio Belém.
Boa parte desses corpos d'água esteve, em seu curso anterior, submersa
sob as ruas da cidade, passando por bairros muito populosos e chegando
ao Rio Belém altamente poluídos.
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Rio Ivo desaguando no
Rio Belém, detalhe para a ponte férrea sobre o Rio Ivo e o Viaduto do Colorado
à esquerda
Ponte da Rua
Engenheiros Rebouças, detalhe para a foz do Rio Juvevê à direita
A presença desses afluentes concentrados em uma mesma região caracteriza
uma zona de alagamento, fato que marcou a ocupação histórica do local,
com usos especiais de seus lotes. Assim, surgiu aqui a Rodoferroviária, o
Estádio do Colorado e a Vila das Torres, inicialmente uma ocupação
irregular chamada Vila Pinto e que foi sendo regularizada até receber o
nome atual. Ainda existe um ponto de ocupação irregular, resquício da
antiga Vila Pinto, compreendido entre o Rio Água Verde e a Rua
Guabirotuba.
O rio segue em meio à densa ocupação urbana. Nesse trecho encontramos
pontos com a mata ciliar preservada e outros, ao contrário, sem nenhuma
vegetação.
Rio Belém com seu
leito natural na Vila das Torres, detalhe para a presença de animais nas
margens
Ocupação irregular
Pinto na Vila das Torres, detalhe para a falta de vegetação nas margens
O Rio Belém corre também entre a Pontifícia Universidade Católica do
Paraná (PUC) e o Colégio Medianeira. No trecho entre essas duas
instituições educacionais as margens do rio foram isoladas de contato
com a população, por meio de grades. Apesar desse isolamento não ser a
melhor solução sócio-educativa, uma vez que impede a relação do cidadão
com as águas urbanas e diminui assim sua sensibilidade para a questão,
vemos nesse trecho as margens relativamente preservadas, onde inclusive
foram plantadas mudas nativas para a reconstituição da mata ciliar.
Rio Belém passando pelo terreno da PUC, com mata ciliar
Edifícios
educacionais da PUC junto às margens do Rio Belém, detalhe para a foz do
Córrego do Aviário à direita
A universidade é uma importante organização situada nesta porção, pois
além da colaboração com a manutenção da mata ciliar, diversas pesquisas e
estudos são realizados pelos alunos. Entre os trabalhos de conclusão de
curso e teses de mestrado são encontrados temas sobre características
socioambientais e de qualidade das águas do rio, principalmente pelo
curso de Engenharia Ambiental.
Ainda assim, essa região encontra-se muito poluída, com baixa qualidade
ambiental, águas com turbidez elevada e mau cheiro. Esta poluição é
resultante do conjunto de alterações em toda a bacia antes deste ponto,
sobretudo por causa das ligações de esgoto irregulares feitas em
praticamente todo o trajeto do rio e em seus afluentes.
São poucos os espaços públicos ao longo desse conjunto: a Praça Plínio
Tourinho (1971), o Jardinete Constantino Fanini (2000) e a Praça Mario
Vendramel (2000). Chama atenção a inexistência de espaço público às
margens do Belém no trecho da Vila das Torres, por se tratar de uma
ocupação de caráter predominantemente residencial próxima ao rio, com
grande número de crianças e jovens que poderiam usufruir de áreas de
lazer coletivas.
Aparece ainda nesse conjunto a Linha Verde, uma avenida criada a partir
da municipalização da antiga rodovia federal BR-116, que, com o
crescimento da cidade, foi transferida para o Contorno Leste. Essa
avenida dispõe de diversas pistas de rodagem de veículos, incluindo a
canaleta dos ônibus biarticulados.
Ponte da Avenida
Senador Salgado Filho, detalhe para a ponte da Linha Verde ao fundo
Já no extremo do conjunto, após o cruzamento da Linha Verde, temos o
Horto Florestal do Guabirotuba, implantado em um grande lote onde são
cultivadas mudas vegetais que servem para o paisagismo e arborização
urbana municipal.
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Ponte da Avenida
Senador Salgado Filho, detalhe para o Horto do Guabirotuba à esquerda
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Fotos:
Gabriel Gallarza
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