Centro

Este conjunto paisagístico compreende todo o percurso do Rio Belém pelo bairro Centro, onde o rio se apresenta totalmente canalizado e submerso. Esse trajeto se inicia na Avenida Cândido de Abreu e vai até a Avenida Pres. Afonso Camargo, passando sob as ruas Heitor Stockler de França, Luiz Leão e, finalmente, quando subdivide-se em dois canais paralelos, pelas ruas Mariano Torres e Tibagi. 


Trecho inicial do Rio Belém submerso sob o arruamento do centro da cidade. Nota-se a ausência visual do rio para quem circula pela região

 Aparecem nesse conjunto alguns espaços públicos nas margens do Rio Belém, mesmo que submerso: o Passeio Público (1886), o Largo Bittencourt (1948), o Largo Baden Powell (1966), o Largo José Knopfholz (1979), a Praça Didi Caillet (1995), a Praça Gibran Khalil Gibran (1996), o Jardinete Leonor Twardowski (1998) e a Praça 19 de Dezembro (1953).

Trecho do Rio Belém submerso, detalhe para o Largo José Knopfholz 

Trecho do Rio Belém submerso, detalhe para a Praça Didi Caillet

 O Passeio Público é o parque mais antigo de Curitiba, construído após a drenagem de um terreno pantanoso às margens do Rio Belém e inaugurado em 1886. Localizado no coração da cidade, em meio ao movimentado trânsito de automóveis e expressos, apresenta significativa área verde com arborização de grande porte de espécies nativas e exóticas, num formato de Jardim Botânico, e ainda hoje abriga diversos animais em cativeiro, como macacos, pelicanos, araras, tucanos, cutias, cobras, entre muitos outros. Foi o primeiro Zoológico de Curitiba e continua com a sede do departamento administrativo do atual zoológico, o qual desde 1982 funciona no Parque Iguaçu.
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Arborização de grande porte do Passeio Público, com destaque para o portal de acesso

Lago do Passeio Público, com destaque para ponte pêncil à direita

O Passeio, espaço público frequentado a mais de cem anos pela população, foi por muito tempo um importante local de interação do curitibano com o Rio Belém, sendo muito utilizado para o lazer aquático ou o passeio de pedestres nas margens de seus lagos. 
Atualmente, seus lagos de concreto não são mais alimentados pelas águas diretas do rio Belém, mas sim por poços artesianos. A presença do Belém, no entanto, continua viva no imaginário da cidade e o Passeio continua sendo um importante centro de visitação turística e de lazer da população curitibana. 
Encontramos também nas margens do Belém subterrâneo uma série de edificações relevantes, como o Círculo Militar do Paraná (1934), o Colégio Estadual do Paraná (1950), o Grupo Escolar Tiradentes (1951), a Casa do Estudante Universitário do Paraná (1956), o Edifício Lydio Paulo Bettega, onde funciona a FIEP (1962), e o Memorial Árabe (1996). 

Memorial Árabe na Praça Gibran Khalil Gibran, destaque para o Passeio Público ao fundo

Edifício da FIEP de autoria do arquiteto Rubens Meister

Grupo Escolar Tiradentes, com destaque para o Portal do Passeio Público à esquerda

Círculo Militar do Paraná, com destaque para as quadras de tênis

O rio encontra-se canalizado em toda sua extensão no centro da cidade voltando à superfície apenas na região da rodoferroviária. O Largo Baden Powell marca o ponto em que os dois canais submersos do rio, que passam sob as ruas Mariano Torres e Tibagi, se encontram novamente, para, logo em seguida, na Avenida Afonso Camargo, o rio voltar a ficar a céu aberto e com seu leito natural. 
As obras de canalização terminaram no ano de 1977 e o rio foi totalmente encoberto no bairro central. No entanto, poucas pessoas sabem da existência do rio Belém sob a pavimentação da rua. A ciclovia ainda acompanha o antigo leito do rio, mas os ciclistas desavisados que por ali percorrem não tem como identificar a presença do rio que hoje corre subterrâneo.

Ponto de bifurcação do Rio Belém submerso, à esquerda o Largo Bittencourt e ao centro o Jardinete Leonor Twardowski

Rio Belém submerso sob a Rua Mariano Torres, detalhe para o fluxo dos carros contrário ao fluxo do rio

Rio Belém submerso sob a Rua Tibagí, aqui o fluxo de veículos é no mesmo sentido do fluxo do rio


Largo Baden Powell, ponto em que os dois canais submersos do Rio Belém (Rua Mariano Torres e Rua Tibagí) se encontram

Fotos: 
Gabriel Gallarza

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